Eu passei a me amar mais... depois que entendi que talvez devesse odiar mais os outros
Esse texto veio para trazer um conselho a todos vocês, meus queridos leitores. É um conselho que eu demorei um pouco para aprender, e confesso: essa habilidade ainda está em construção, como uma ponte inacabada mas que cada dia cresce um pouquinho mais em direção ao amor próprio. Sim, o amor próprio, aquela coisa que para alguns de nós vive escondida lá no fundo do peito, soterrada por uma série de crenças nada gentis que aprendemos a ter de nós mesmos.
A dica é a seguinte: talvez (ou com certeza) você devesse odiar um pouco mais as outras pessoas.
Calma, eu sei que isso pode soar horrível. Mas acredite, você se liberta depois que compreende que a culpa não é sempre sua e que, as vezes, é mais saudável ter uma visão mais realista das situações e admitir que o outro é quem merece esse ódio que antes você direcionava injustamente a si mesmo.
Eu não estou dizendo que devemos sair por aí colocando a culpa de tudo nos outros, ou que devemos cultivar sentimentos que nos fazem mal. É sobre entender que não devemos nos sentir mal por atitudes ruins de outras pessoas. Faça uma análise sincera: quantas vezes você se culpou por situações causadas por outro alguém?
Por muitos anos eu me culpei injustamente, inclusive quando pessoas eram cruéis comigo sem nenhum motivo. “Eu devia ser menos estranha”, “as pessoas me tratam mal porque eu sou alguém desagradável (mesmo que eu só as tratasse com respeito)”, “sou burra por não ter percebido que essa pessoa trairia minha confiança”. Não importava o que acontecesse, eu sempre dava um jeito de atrair toda aquela energia negativa para mim.
Já adulta agora, com 26 anos, comecei a perceber uma mudança nesse padrão de pensamentos. Não que de vez em quando eles não sejam ativados. Mas percebi aos poucos uma transformação interna que fez com que eu enxergasse as coisas de uma forma um pouco menos disfuncional. E percebi que eu me sinto menos mal quando paro de me torturar por atitudes que não dizem nada sobre mim, mas só sobre o outro.
Uma técnica interessante para começar a reconhecer essas auto críticas injustas é fazer uma comparação de padrões. Se pergunte “se um amigo estivesse passando por isso, o que eu diria para ele?”. Provavelmente vamos perceber que, quando se trata dos outros, costumamos ser muito mais gentis. Esse exercício consiste em conseguirmos observar e perceber quando estamos sendo duros demais conosco, favorecendo pra que a gente tenha uma visão mais racional e saudável.
É importante lembrar que não temos culpa de tudo. É preciso admitir que, as vezes, o outro é o culpado. Mas principalmente: admitir que a forma como nos tratamos não é saudável, que não é normal nos machucarmos tanto.
Quando reconhecemos isso podemos finalmente começar a ser mais gentis com nós mesmos. E claro: odiar um pouquinho mais os outros.
"Se pergunte “se um amigo estivesse passando por isso, o que eu diria para ele?”." Isso aqui acaba com metade dos meus pensamentos ruins, logo, que texto mais real! Somos tão cruéis com nós mesmos enquanto o outro se safa do mal que nos casou af